Representatividade da antiguidade grega na arte é tema de projeto desenvolvido em Três Lagoas
O Integra UFMS será realizado juntamente a 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), de 21 a 27 de julho, e a estudante do curso de História do Campus de Três Lagoas (CPTL), Amanda Rocha, irá apresentar o projeto “Grécia antiga e os usos do passado: a Cultura Helênica na arte renascentista”, orientada pelo professor Leandro Hecko.
A proposta inicial do projeto surgiu da afinidade de Amanda com a antiguidade clássica e produções artísticas. Devido a essa aproximação, a acadêmica foi convidada para participar do programa de iniciação científica voluntária, com a finalidade de estudar sobre os temas. Primeiramente foram feitos leituras e fichamentos de obras de referência na historiografia acerca dos assuntos: transição do feudalismo para idade moderna, renascimento, arte no renascimento, divindades gregas e classicismo. Dessa maneira, foi possível sistematizar brevemente a produção acerca dos interesses da pesquisa, delimitando o objeto de estudo.

Amanda Rocha, acadêmica do curso de História do campus de Três Lagoas.
Posteriormente, a acadêmica, utilizando de seus conhecimentos tecnológicos, organizou em um banco de dados com mais de 70 iconografias da Grécia antiga e mapeou e inventariou cerca de 35 pinturas renascentistas que se inspiraram nos elementos da cultura helênica, tendo em vista analisar semelhanças e referências gregas nas obras renascentistas.
O renascimento foi um movimento cultural, econômico e político que surgiu na Itália do século XIV, uma das características marcantes desse período foi à transformação na maneira de pensar, essa ocorreu em um contexto de preocupações políticas, sociais e econômicas. Nos séculos XIV e XV alguns fatores cominaram na crise do sistema feudal, alguns desses relacionados à questão agrícola, alterações climáticas que ocasionaram nas quedas de produtividade e assim elevando os preços dos alimentos, a fome, epidemias como a peste negra, a guerra dos cem anos (1337-1453), elevaram os índices de mortalidade em grande parte da Europa, todos esses fatores colaboraram para tamanha amplitude e complexidade dessa fase que resultou no homem moderno.
Assim, o antropocentrismo, racionalismo, humanismo, individualismo e o uso da ciência fizeram com que houvesse uma aproximação maior com as referências helênicas, já que estas representavam e expressavam naturalidade, equilíbrio, poder, beleza e racionalidade, explica Amanda. Isso resultou em produções artísticas com elementos da mitologia grega, novas concepções matemáticas e preocupações científicas em torno de detalhes, demonstrando a singularidade do movimento renascentista.
Em linhas gerais, o objetivo da pesquisa é evidenciar a importância dos usos do passado feitos no renascimento e destacar a arte em suas múltiplas linguagens como fonte histórica e possibilidade para a pesquisa e ensino de História. O projeto terá mais um ano de desenvolvimento, ampliando as interpretações das pinturas e no Integra UFMS serão apresentados os resultados obtidos na pesquisa e as conclusões alcançadas.
Por: Evelyn da Costa Souza (estagiária do CPTL) e Gabriele Cássia (Monitora Integra UFMS).

