Usos da cultura helênica no município de Três Lagoas é tema de pesquisa

Postado por: Gabriele Silva

Usando o passado para compreender o presente e o mundo que nos cerca, o acadêmico do curso de História do Campus de Três Lagoas (CPTL), Sávio Maia, desenvolveu a pesquisa “Grécia antiga e usos do passado”, vinculada ao Programa de Iniciação Cientifica (PIBIC), com o apoio do CNPq. Orientado pelo professor, Leandro Hecko, os resultados obtidos até o momento serão expostos no Integra UFMS, evento que reunirá pesquisadores e acadêmicos com o intuito de contribuírem com a divulgação científica.

Acadêmico realizando apresentação no NeHAM (Núcleo de História Antiga e Medieval) do curso de História/CPTL.

O acadêmico estuda a arquitetura grega, assim como o emprego dela em diversos períodos da história até os dias atuais, incluindo os processos de ressignificação de traços arquitetônicos gregos que perpassaram os séculos. O objetivo é identificar a arquitetura helênica atualmente e encontrar as motivações, conscientes e inconscientes, além das mensagens transmitidas por meio da aplicação.

O interesse do estudante por arquitetura e os estudos de seu orientador, voltados para a cultura grega, resultaram na idealização do projeto. Inicialmente, o intuito foi entender as cidades gregas, suas estruturas e construções por meio de plantas das cidades e planos urbanísticos, sem relacionar com o tempo presente. Depois, foi realizada uma busca por construções que fizessem referência a arquitetura grega no município de Três Lagoas, na tentativa de compreender as intenções e motivações de tais usos.

Os achados, resultados da busca urbana, foram, entre outros, o prédio comercial que visando a atração do público para consumir, tem em sua fachada as características de um templo grego, ordens gregas em frente a um escritório de advogados no centro da cidade, em que o intuito é legitimar a função exercida e dar credibilidade aos serviços oferecidos, além dos centros maçônicos em que foram observados traços gregos em suas construções, nesse caso, de maneira consciente, devido ao passado e a história do grupo.

“A gente relacionou como no passado eles usavam disso, desse ideal e dessa linguagem clássica e como isso ocorreu ao longo do tempo” explica Sávio. A arquitetura modifica a rotina da população, transforma rotas e atrai olhares, logo, é parte da cultura de um povo e desperta sentimento nas pessoas.

Sávio afirma estar otimista para o Integra desse ano, principalmente pelo evento estar conectado às atividades da SBPC, evento científico nacional de destaque que oportuniza o compartilhamento de pesquisas. “Acho que é um bom momento para se reforçar que existe produção acadêmica nos campus mais afastados do Brasil, que não são somente os eixos Rio de Janeiro e São Paulo que pesquisam e possuem fontes, pelo contrário, em todo lugar do País tem gente fazendo pesquisa de boa qualidade”, ressalta o acadêmico.

Texto: Evelyn da Costa Souza (estagiária do CPTL) e Gabriele Cássia ( Monitora Integra UFMS).