Ensino de línguas nas escolas indígenas
A estudante Alessandra Amorim Mendes, em conjunto com a orientadora Onilda Sanches Nincao, desenvolveu o trabalho “Ensino de línguas nas escolas indígenas da Aldeia Limão Verde: Análise dos Projetos Pedagógicos”, apresentado no Integra UFMS. O trabalho busca compreender a política linguística da comunidade, olhando para a relação entre o português e o Terena.
“A questão sociolinguística é, assim, relevante no processo de escolarização indígena, para o desenvolvimento do educando, no preparo para o exercício da cidadania, para o êxito em seus estudos nos níveis da educação escolar, acadêmica e para o mercado de trabalho”, pontua a acadêmica.
Lideranças indígenas, pesquisadores, educadores e políticos não governamentais têm se mobilizado cada vez mais para ajudar em relação à essa demanda.
Daí que a função da escola era ensinar os alunos indígenas a falar, ler e escrever em português, que é a língua nacional e utilizada em provas como ENEM. No entanto, assim que os alunos aprendiam a ler e a escrever, a língua indígena deixava de ser ensinada em sala de aula, já que a aquisição da língua portuguesa continuava a ser grande meta. Em relação à isso, Alessandra comenta que em algumas comunidades, o português é mais falado do que a língua materna desses povos.
O projeto para as escolas indígenas, que está em construção em diferentes comunidades do país, é o de uma escola feita pelos e para os indígenas. São professores indígenas formados, com currículo diferenciado, elaborado em parceria com as comunidades onde línguas, conhecimentos e formas de transmissão indígenas são valorizados.
São ensinados nas escolas indígenas as línguas, crenças e ciência. O objetivo é garantir o ensino escolar de qualidade, de maneira bilíngue, com ensino da língua Terena e portuguesa.
Texto: Maykeli Oliveira de Almeida
Foto: Banco de imagens

Decreto n. 26/1991 dispõe sobre a Educação Indígena no Brasil

