Água que acolhe: recreação aquática como meio de inclusão e reabilitação social
A recreação aquática, prática discutida durante o minicurso “Recreação aquática (dentro e fora da piscina): do planejamento à ação” por estudantes e orientadora, levanta a pauta a respeito da importância de não ser vista somente como passatempo, mas também como uma ferramenta que traz a sociedade inclusão e acolhimento a todos. E quando planejada com cuidado, transforma a piscina ou outros espaços aquáticos em um laboratório de possibilidades.
Para crianças com dificuldades de coordenação motora, por exemplo, o contato com a água oferece auxílio natural que facilita movimentos que, fora d’água, podem ser complicados para elas. Para os idosos, o ambiente aquático reduz o peso sobre as articulações, permitindo com que eles possam praticar exercícios que fortalecem o corpo sem causar dor. E para pessoas com deficiências, é muito mais do que exercício; é liberdade, respeito e inclusão.
Mas o potencial da recreação na água só é devidamente aproveitado quando há um planejamento adequado. O modo como as atividades são estruturadas pode impactar de maneira direta os resultados terapêuticos. Um projeto mal feito pode levar pessoas a se decepcionarem ou até mesmo a desistirem. Já um planejamento que considere a idade, o perfil clínico e as necessidades de cada pessoa garante que cada sessão seja um passo, na caminhada rumo à recuperação.
Além disso, não se dá limites à cura física. A recreação também fortalece a autoestima e a confiança dos que praticam. Quando alguém consegue realizar uma tarefa que antes parecia algo impossível no meio aquático, isso gera um sentimento de conquista que se reflete na vida cotidiana. É nesse momento que a recreação e o tratamento se unem, criando um ciclo positivo de crescimento pessoal e social.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios para a ampliação dela em espaços públicos e comunitários. A falta de infraestrutura, a escassez de profissionais qualificados e a resistência cultural são barreiras que persistem. No entanto, iniciativas que buscam unir a recreação aquática ao espaço público mostram ser possível superar esses obstáculos com planejamento, parcerias e ações do governo.
A inclusão é o foco dessa prática. Ao criar ambientes acessíveis e acolhedores para as pessoas não somente melhora a qualidade de vida de quem a prática, mas também promove uma sociedade mais justa e solidária. O ambiente aquático mostra não ser somente um lugar de lazer, mas um espaço de acolhimento para todos. Na verdade, a iniciativa não é somente sobre água. É sobre humanidade, persistência e união de peças para o quebra-cabeça chamado amor.
Texto: Marcos Antônio Lopes (Repórter Júnior)

