Repórter Júnior

Curta-metragem “Interlúdio”, produção nacional que não dá espaço para personagens femininas rasas

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Dirigido por Julianne Borges, com roteiro da própria e de João Pedro Felix, a obra se destaca por romper com o estereótipo denominado “Síndrome de Smurfette” O curta de 2023 acompanha um trecho da vida de dois personagens e a visão de cada um sobre o relacionamento que tiveram. Enquanto Eduardo era um cara extrovertido e somente um moleque que não enxergava defeitos no relacionamento, Camila, por sua vez dois anos mais velha, estudante de Arquitetura e amante de MPB, era também uma garota introvertida que guardava tudo para si até o momento em que já não aguentava mais. Mostrando ser uma personagem cheia de camadas criada cooperativamente por diferentes pessoas que colocaram um pouco das próprias vivências, mas com uma linha de pensamento muito bem estabelecida. Na visão de cada um é destacado como eles se sentiam no relacionamento, em cenas de como Eduardo enxergava tudo aquilo, eles estavam mais próximos um do outro. Enquanto na visão dela dos mesmos momentos vividos, tudo estava mais frio, o afastamento era perceptível aos olhos. Na cena que evidência a troca de pontos de vista é possível notar que quando Eduardo enxergava Camila, ela estava usando uma blusa de frio, algo que remete a conforto e segurança, logo em seguida quando já não estavam mais juntos, ela está sem a blusa. Para cada um dos personagens, características específicas foram criadas. Na fotografia, a direção artística utilizou cores para representar cada personagem: onde Camila foi associada ao verde e Eduardo como ao vermelho, cores opostas complementares no círculo cromático, uma mais intensa e a outra fria. Detalhes como esses foram adicionados para passar essa ideia muito bem, mostrando também em uma das cenas finais, a silhueta de cada um com suas respectivas cores, com feixes da luz da cor oposta refletindo nas costas do outro, representando que cada um ficará marcado na vida do ex-parceiro(a). “Interlúdio” mostra que nem tudo precisa ser como “(500) dias com ela”, que o fim de um relacionamento não exige vilões. Camile queria somente estudar fora, se formar, enquanto João ainda não tinha maturidade, mas nenhum deles é o real culpado por não darem certo, foi a falta de comunicação e divergências em pensamentos que os afastaram e consequentemente os separaram. Com a Camile não sendo colocada como uma vítima, ou como um objeto afetado por Eduardo, ela se desenvolveu de maneira realista e autônoma. Repórter Júnior: Marcos Antonio Lopes Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Os curtas-metragens do cinema

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Matando curiosidades sobre curtas-metragens Na manhã desta terça-feira (21), a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ganhou uma palestra sobre “Os curtas-metragens do cinema”, que apresentou de forma clara e interessante o que é um curta-metragem e como ele funciona. Após o evento, a palestrante e seu grupo conversou com a equipe do projeto Repórter Júnior, que também é realizado pela Universidade. Ela contou que o interesse veio quando decidiu entrar na área de audiovisual que era novidade na faculdade. “Eu entrei por curiosidade e queria saber como era”, disse se lembrando. Ao passar da entrevista, ela explicou o que é um curta-metragem. “Um curta-metragem  são filmes de aproximadamente 15 a 40 minutos de duração, com intenção de estética, informativa, educacional ou publicitária, exibido como um complemento de programa cinematográfico e filmes”. Ela também falou como funciona: “funciona como um filme completo, mais de forma concisa. Seu andamento envolve todas as etapas de produção cinematográfica: pré-produção, produção e pós-produção, mas com o foco na economia de recursos para criar uma história impactante dentro de um tempo limitado”. A palestra logo chegou ao fim com muitas pessoas interessadas pela área e como qualquer um pode criar seu filme. Repórter Júnior: Jullia Clara Quintino Lopes Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Silvia Federici: Quais suas ideologias de acordo com seus livros

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Silvia Federici, escritora, famosa por seus livros, mas o que teria em seus livros para nos interessarmos dessa forma? Silvia sempre foi conhecida por seus lados políticos, sendo uma feminista, anticapitalista, marxista, entre outros. Silvia Federici comenta como os movimentos feministas devem ser coletivos, alegres e não apenas algo irrelevante, criticando a exploração das mulheres no capitalismo e o patriarcado, que desfavorecem o trabalho reprodutivo e doméstico não remunerado, realizado majoritariamente pelas mulheres. Indo para mais falas da mesma, temos que Silvia Federici diz muito o quanto o capitalismo desfavorece as mulheres no ramo trabalhista. Em seu próprio livro Calibã e a Bruxa, ela reinterpreta a história do desenvolvimento capitalista, mostrando como a exploração do trabalho feminino não remunerado é fundamental para a acumulação de capital. Puxando ainda mais para sua escrita, temos muitos livros que citam sobre diversos problemas de nosso patriarcado como o racismo, que em sua fala, é um mecanismo dependente ao sistema capitalista, essencial para dividir e controlar a classe trabalhadora. Seus livros e falas são importantes na história do pensamento e do ativismo de esquerda, além de seus pensamento marxista. Ela cita em seu livro Calibã e a Bruxa, o nome de Karl Marx, argumentando que o mesmo ignorou o papel do trabalho reprodutivo subjugado das mulheres no processo de produção e força capitalista. Ele teria focado apenas no trabalho assalariado, em maioria masculina. Silvia Federici participou de muitas entrevistas e, nelas, pudemos ver seus pensamentos através da fala. Irei citar duas de sua frases: em “o que eles chamam de amor, nós chamamos de trabalho não remunerado”, Silvia diz que enquanto nós trabalhamos em nossas atividades domésticas, veem isso como um trabalho invisível, uma expressão de afeto, mas por outros olhos, ela vê que esse trabalho é essencial para o sistema em que vivemos. Em “a violência é uma constante na vida das mulheres no capitalismo”, podemos notar que ela quer dizer que o sistema capitalista depende e se beneficia da subjugação e da exploração do corpo e do trabalho feminino para sua própria reprodução e expansão. Pudemos ver quanto sua opinião política é um pensamento sólido e bem estruturado, vemos o quanto Silvia se dedica a isto. Tudo que está em nossa notícia sobre Silvia Federici está citado e explicado detalhadamente em seu livro Calibã e a Bruxa. Texto: Hemily Vitória Cosme Dias Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Entre Nietzsche e Heidegger: quando a verdade deixa de ser verdade

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Em um tempo em que as redes sociais moldam realidades e a palavra “verdade” parece cada vez mais frágil, um minicurso realizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) levantou uma questão que atravessa séculos: o que é, afinal, a verdade? O encontro, intitulado “Nietzsche e Heidegger: o problema da verdade”, foi conduzido pelos professores Dr. Fabrício Santiago e Dra. Nathalia Claro, e reuniu estudantes e curiosos da filosofia para revisitar dois dos pensadores mais influentes e desafiadores da modernidade. Durante a atividade, os professores apresentaram como Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger romperam com a tradição que via a verdade como algo fixo, eterno e absoluto. Nietzsche, por exemplo, enxergava a verdade como uma invenção humana, criada por necessidade moral e social. “As verdades são ilusões das quais se esqueceu que o são”, dizia o filósofo, sugerindo que vivemos cercados por interpretações, não por fatos imutáveis. Heidegger, por outro lado, foi além. Ele não negou a verdade, mas mudou sua forma de compreendê-la. Para ele, a verdade é um processo de desvelamento – um deixar-aparecer. Chamou isso de aletheia, termo grego que significa “não-escondido”. Nesse sentido, a verdade não é o espelho da realidade, mas a maneira como o ser se mostra a nós, aqui e agora. Os professores também provocaram o público com perguntas que vão muito além da sala de aula: “De onde vem a possibilidade de dizer que algo é verdadeiro?” “O que acontece quando o ser humano prefere a ilusão ao desvelamento?” Essas reflexões, mais do que conceitos teóricos, apontam para um debate essencial no mundo contemporâneo: a crise da verdade. Em meio a fake news, crenças polarizadas e informações fabricadas, o pensamento desses filósofos se torna atual e incômodo. No fim, o minicurso não ofereceu respostas prontas – e talvez essa seja sua maior lição. Nietzsche e Heidegger lembram que a verdade nunca foi um objeto a ser possuído, mas um caminho a ser trilhado. Um caminho que exige coragem para olhar o que está por trás das aparências e humildade para admitir que, muitas vezes, o que chamamos de “verdade” é apenas o espelho das nossas próprias ilusões. Repórter Júnior: Endrick Rauan De Oliveira Aquino Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Curta-metragem universitário, portas para o cinema brasileiro

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Na manhã desta terça-feira (21), o curta-metragem “Interlúdio”, produzido em 2023 por universitários da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), foi exibido durante uma palestra conduzida pela ex-estudante Juliane Borges. A produção conta uma história de romance, narrada sob o ponto de vista dos próprios personagens, explorando emoções e olhares de forma sensível. “A parte mais desafiadora do processo foi mostrar o que os personagens estavam sentindo de um jeito visual, sem deixar tudo muito óbvio”, contou Juliane. Apesar de não estar disponível em plataformas digitais, o curta já foi exibido em festivais em Goiás e em mostras dentro da UFMS. “Durante o horário do almoço, nas terças e quintas, o pessoal costuma exibir seus próprios curtas ou outras produções de cinema independente”, explicou a palestrante. O curso de Audiovisual da UFMS, criado em 2019, vem ganhando cada vez mais popularidade entre os estudantes. As aulas abordam diversas áreas do cinema e da produção visual, estimulando a criatividade e a prática artística. Projetos como Interlúdio mostram a importância da produção universitária e do cinema independente para o crescimento e reconhecimento do cinema brasileiro. Repórter Júnior: Emilly Vitória Cordeiro Brites Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Doutor Carlos Eduardo destaca oportunidades de intercâmbio gratuito em palestra na UFMS

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Durante uma palestra realizada hoje na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o doutor Carlos Eduardo abordou o tema intercâmbio gratuito, destacando que essa experiência é mais acessível do que muitas pessoas imaginam. Segundo o palestrante, um dos principais equívocos é acreditar que a falta de recursos financeiros impede a participação. “O intercâmbio é totalmente acessível. As pessoas acham que, por falta de verba, não vão conseguir participar, mas isso não é verdade”, afirmou. Carlos Eduardo explicou que o LALAEC, centro vinculado à UFMS, oferece suporte completo aos interessados, auxiliando desde a obtenção de recursos até a melhoria do domínio da língua inglesa. Ele também destacou a importância de os estudantes acessarem o site da Aginter (Agência de Internacionalização da UFMS), onde estão disponíveis informações sobre vagas e programas de intercâmbio abertos para candidatura. A palestra reforçou que o intercâmbio gratuito é uma oportunidade real para quem busca ampliar conhecimentos, vivenciar novas culturas e enriquecer a formação acadêmica. Repórter Júnior: Catielly Silvério Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Oficina de solução de problemas para adolescentes: o uso de ferramentas alternativas para o desenvolvimento pessoal e profissional

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Bate papo sobre como essas atividades estimulam criatividade, empatia e habilidades sociais entre adolescentes À medida que cresce o interesse por jogos de personagens (RPG e jogos de hot seat), estudantes de Psicologia na UFMS ressaltam a possibilidade deles contribuírem com o autodesenvolvimento, sobretudo entre jovens. Estes jogos não só fazem a diversão para ajudar a desenvolver habilidades cognitivas, emocionais e sociais, ou seja, transformar lazer em ferramenta de desenvolvimento pessoal. A utilização de RPGs — jogos de interpretação de papéis — tem se mostrado como uma prática pedagógica inovadora para trabalhar temas como as relações interpessoais, o pensamento crítico e a empatia. Em oficinas para adolescentes esses jogos são utilizados como instrumentos de ensino que incentivam a imaginação, a comunicação e a capacidade de tomar decisões como grupo. De acordo com Alisson Francisco, estudante de psicologia, os RPGs são uma espécie de psicodrama vivencial, onde é permitido aos jogadores expressar sentimentos e ter contato com diferentes pontos de vista. “O RPG estimula o desenvolvimento da racionalização, da solução de problemas e da tomada de decisão”, afirma. Mário Baco, outro debatedor aqui, também estudante de psicologia e perito em RPG, destaca que o RPG é diferente de qualquer outro jogo já que não fornece soluções pré-estabelecidas. “No RPG cada um procura a sua maneira de enfrentar os desafios, o que requer criatividade e adaptação. A interação com outros jogadores, que podem oferecer respostas inesperadas, contribui para a habilidade necessário para compreender questões complexas. Com o aumento do interesse por jogos de interpretação de papéis (RPGs) e jogos de mesa, especialistas têm destacado seu potencial para o autodesenvolvimento, especialmente entre jovens. Esses jogos não apenas promovem entretenimento, mas também ajudam no desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e sociais, transformando o lazer em uma ferramenta de crescimento pessoal. O uso de RPGs — jogos de interpretação de papéis — tem se mostrado uma abordagem inovadora para trabalhar temas como resolução de conflitos, pensamento crítico e empatia. Em oficinas voltadas para adolescentes, esses jogos são utilizados como ferramentas educativas que estimulam a criatividade, a comunicação e a capacidade de tomar decisões em grupo. Segundo Alisson Francisco, estudante de psicologia, os RPGs funcionam como uma forma de psicodrama vivencial, permitindo que os participantes expressem emoções e experimentem diferentes perspectivas. “O RPG ajuda no desenvolvimento da racionalização, resolução de problemas e tomada de decisão”, afirma. Mário Baco, outro representante da discussão, também estudante de Psicologia e especialista em RPG, disse que o RPG é diferente de outros jogos, pois não oferece soluções pré-definidas. “No RPG, cada jogador busca sua própria forma de resolver desafios, o que exige criatividade e adaptação. A interação com outros jogadores, que podem apresentar respostas inesperadas, fortalece a capacidade de lidar com situações complexas”. Repórter Júnior: Marcos Antonio Lopes de Jesus  Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Rola- bostas: a vida em uma bolota

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O interessante mundo do besouro rola-bosta Na manhã desta segunda-feira (20), a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) recebeu uma palestra “O incrível mundo dos rola-bostas”, que apresentou de forma descontraída e curiosa a vida de algumas espécies de besouros rola-bostas. Após o evento, o palestrante Marcelo conversou com a equipe do projeto Repórter Júnior, que também realizado pela Universidade. Ele contou que o interesse pelos insetos começou na infância. “Sempre gostei de insetos e assistia uma série chamada Mini Monstros, que falava sobre os invertebrados. Foi ali que começou minha paixão”, relembrou. Ao longo da entrevista, Marcelo explicou como os besouros rola- bostas surgiram aqui. “O surgimento deles começou no período cretáceo superior quando os dinossauros já estavam envelhecendo e logo sendo instintos e começando a reinar os mamíferos e foi nessa era que eles começaram a colonizar e se espalhar para outros lugares através de tempestade ou furações que pegaram eles na travessia do Atlântico”. Ele também falou sobre a evolução deles junto aos mamíferos e como tem espécies que vivem junto com outros animais que ficam nos altos, como a preguiça, que é um dos animais que ele se prende por conta de suas garras maiores e já fica por perto pra se alimentar direto da fonte. A palestra logo terminou com muitas curiosidades e mostrando como esses bichinhos tem história e inteligência. Repórter Júnior: Jullia Clara Quintino Lopes Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Aprender com nossos erros: para que possamos resolver conscientemente problemas mal resolvidos do passado

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Na tarde deste sábado, na nossa Universidade, UFMS, pudemos receber um incrível psicólogo, Frederico Mattos, falando sobre o quão difícil é nós seguirmos em frente com nossos erros. Ele afirma que não sabemos ver o lado positivo de errar. Os erros nos ajudam a seguir em frente, perceber nossa realidade, e são como um aprendizado, que nos levará a evitá-los a se repetir futuramente. Frederico nos fala que muitos pacientes se incomodam com essa culpa, este remorso de seus problemas, o arrependimento, mas muitas vezes, não veem o quanto o erro nos coloca em uma vida mais próspera, com mais paciência pela frente, buscando o perdão de nós mesmos, e em nosso crescimento pessoal. Nossos problemas são questões essenciais para o fortalecimento de nosso caráter, para que possamos crescer como pessoa, e que sejamos mais compreensivos, com nós mesmos, e com o próximo. Repórter Júnior: Hemily Vitória Cosme Dias  Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura


Intervenções Psicossociais fortalecem caminhos para a adoção de crianças e adolescentes

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Profissionais discutem desafios e soluções em palestra sobre direitos, preconceitos e construção de vínculos familiares  Nesta manhã de segunda-feira, quatro profissionais atuantes com projetos de adoção se reuniram em uma palestra para debater o papel das intervenções psicossociais no processo de adoção. As intervenções psicossociais envolvem práticas que articulam aspectos emocionais, comportamentais e sociais. Elas são aplicadas por profissionais como psicólogos, assistentes sociais e educadores, trazendo consigo o objetivo de promover o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes, apoiar famílias vulneráveis ou em processo de adoção e cuidar da saúde psicológica diante de casos de abandono, violência ou discriminação. Além disso, essas práticas fortalecem vínculos de afeto e respeito à história e ao contexto de cada criança. Entrevistas individuais ou familiares, grupos terapêuticos e acompanhamento psicológico e social fazem parte dessas intervenções. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) reconhece crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, e as intervenções psicossociais são ferramentas fundamentais para garantir esses direitos na prática. Elas asseguram a convivência familiar e comunitária (comuns em casos de adoção), além de combater preconceitos e exclusões, especialmente de crianças negras, mais velhas ou com deficiência. Uma das prioridades dessas práticas é dar voz aos adolescentes, respeitando suas opiniões, afetos e visões de família. Durante o encontro, os participantes abordaram questões centrais que atravessam o processo de adoção no Brasil. Um dos temas mais sensíveis foi a adoção tardia, que envolve crianças mais velhas e adolescentes que permanecem por longos períodos em instituições. Os profissionais destacaram que a institucionalização prolongada pode afetar o desenvolvimento emocional e dificultar a construção de vínculos afetivos duradouros. Outro ponto levantado foi o racismo estrutural e os padrões estéticos que influenciam diretamente as escolhas de quem deseja adotar. Crianças negras, com deficiência ou fora dos padrões idealizados por muitas famílias acabam sendo ignoradas, mesmo estando aptas para adoção. “A cor da pele ainda é um fator que exclui, e isso precisa ser enfrentado com políticas públicas e formação de consciência”, afirmou uma das participantes. A conversa também trouxe à tona a prática de separação por grupos, em que irmãos são divididos ou crianças são categorizadas por idade e perfil, o que pode gerar impactos profundos na identidade e no sentimento de pertencimento. Os profissionais alertaram para a importância de respeitar os vínculos já existentes entre as crianças. Por fim, discutiu-se a pluralidade de visões sobre o que é família. Cada criança tem uma história e uma compreensão própria sobre afeto, cuidado e pertencimento. As intervenções psicossociais ajudam a construir pontes entre essas vivências e os novos laços familiares, respeitando o tempo e o desejo de cada um. Entre as soluções apontadas na roda de conversa, destacou-se a importância de capacitar profissionais que atuam com adoção, garantindo preparo para lidar com histórias complexas e promover vínculos afetivos reais. Os participantes também defenderam ações que ampliem o olhar da sociedade, valorizando crianças e adolescentes fora dos padrões idealizados. A roda de conversa reforçou a importância de olhar para cada criança como única, respeitando sua história e promovendo vínculos afetivos reais, sem idealizar crianças perfeitas – pois a verdade é que crianças e adolescentes desejam, acima de tudo, amor e uma família.  Repórter Júnior: Endrick Rauan De Oliveira Aquino Monitores: Emanueli Ovelar e ⁠Beatriz Fontoura