Clarice Lispector e a literatura comparada
Análise comparativa de obras de Clarice Lispector indicam influências de autores estrangeiros
A pesquisa feita por Pedro Guilherme, estudante do curso de letras da UFMS, orientada pelo Dr. Rony Márcio Cardoso Ferreira, demonstra nas entrelinhas a dimensão linguística e seus efeitos sobre os ofícios da escritora brasileira Clarice Lispector como autora e tradutora. Objetivando assim, identificar o vínculo dos ofícios como motivação na criação de obras da escritora.
O projeto intelectual de Clarice sobre diálogo com outras obras foi analisado por Pedro Guilherme a partir da tradução feita pela autora em 1974 de “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, no mesmo ano, além da tradução, a autora publicou as obras “Via Crucis” e “Onde estivestes de noite”. No ano de seu falecimento em 1977, Clarice também publica “A hora da Estrela” e a pesquisa sucinta durante essa data demonstra a faceta de Clarice em rememorar obras importantes em suas próprias produções.
Seguindo os pressupostos da literatura comparada, reflete-se o pensamento crítico e contribuições do ato tradutório para ressaltar as noções de tradução do filósofo franco-argelino Jacques Derrida. Segundo Pedro Guilherme, a tradução é um ato necessário para propor a importância linguística pela diferença entre significante e significado. Com isso, propõem-se analisar e preencher a fortuna criativa de Clarice na prática comparativa para a literatura e cultura nacional.
Assim, para ajustar as diferenças entre as palavras e a realidade que contribuíram para sua formação como escritora, Clarice utiliza o fluxo de consciência para as figuras representadas em seu discurso literário. Sua liberdade de criação própria experimenta uma produção reflexiva e modificadora nas aproximações entre obras, línguas e culturas.
Texto: Mariana Azevedo – Repórter Júnior