Pesquisa finalista da FETEC-MS apresenta estudo de caso sobre trabalho e questões raciais em escola de Campo Grande
Escola Estadual Profª Élia França Cardoso traz reflexões sobre o preconceito e início da vida no trabalho dos alunos
Nesta manhã (21), segunda-feira, ocorreu a primeira sessão da Feira de Tecnologias, Engenharias de Mato Grosso do Sul (FETECMS), evento que visa expor projetos científicos na Universidade Federal de Mato Grosso Sul (UFMS), realizados por estudantes da rede pública e privada de ensino. Os trabalhos estarão expostos no Ginásio Moreninho até quarta-feira (23).
Um dos trabalhos apresentados consiste em uma pesquisa que estuda as relações de trabalho entre jovens em início de carreira, pauta que é a realidade de muitas crianças e adolescentes da Escola Estadual Profª Élia França Cardoso. O projeto idealizado pelos estudantes Cruz Ramon Rivas Borrego, Asaffe Gabriel da Silva Guimarães e Luis Fernando Vieira Junior tem como objetivo comprovar a hipótese que os alunos que autodeclaram pretos e pardos estão fadados a trabalhar mais cedo do que aquelas que se consideram brancos.
Um dos jovens que ajudaram a desenvolver a pesquisa, Luis Fernando, explica que “Geralmente as crianças negras e pardas estão mais direcionadas ao trabalho precoce e que isso é uma realidade muito triste não só pelo racismo estrutural, mas também por colocar em risco a saúde da criança, tirando seu tempo de lazer e o tempo que era pra ela estar na escola”. Asaffe Gabriel que também é membro da pesquisa, esclarece que uma das principais causas do trabalho precoce está relacionada a questões financeiras, ”Por falta de renda, uma mãe trabalha para sustentar uma família de quatro pessoas, e isso pode gerar a vontade no filho de querer ajudar e contribuir na renda da família”.
Repórter Júnior: Débora Coelho