Presença feminina no Monitor Integralista é tema de aluna de História
A pesquisa “Preparadas para ocupar eficientemente o lugar de direito que lhes cabe” é um estudo sobre a presença feminina no fascismo brasileiro por meio do periódico Monitor Integralista (1933-1937) e está sendo desenvolvida pela acadêmica Mariana Manfrinatti, do curso de História do campus de Três Lagoas, orientada pelo professor Rafael Athaides. A pesquisa possui relação com questões emergentes e de âmbito nacional sobre a igualdade de gênero.
Motivada por sua afinidade com o tema, Mariana iniciou a pesquisa bibliográfica com leituras voltadas para o Integralismo, movimento fascista no Brasil liderado por Plínio Salgado, originalmente em formato de movimento que logo após se tornou partido político. Posteriormente, ela analisou, por meio de fichamentos obtidos no acervo público de Rio Claro-SP, a participação das mulheres nas notícias publicadas, como nomes citados e eventos em que elas estavam presentes.
Mariana relata que no começo do jornal as referências femininas eram baixas, mas com o passar do tempo foram criados departamentos, que as incluíram nesse meio, ainda que de maneira restrita. “É interessante ver que quem liderava era um homem e quem fez o estatuto do departamento feminino era um homem. As mulheres, mesmo inseridas no jornal, eram limitadas a assuntos culinários, de assistência social e outras atividades consideradas femininas”, ressalta a acadêmica.
Alem disso, as novas profissionais deveriam ser delicadas, “guardiãs do lar” e inteligentes até um determinado limite, pois era inadmissível o destaque delas. Assim, a pesquisa demonstra que elas possuíam função fundamental no projeto de divulgação e ampliação do integralismo, como professoras em escolas que difundiam as ideias fascistas dentro das salas de aula, ressaltando então que desde a linguagem até o enfoque destinado às mulheres, todos remetiam ao sentimento de posse e aos padrões estabelecidos pela época.
No evento, será apresentado o resultado alcançado até o momento. A estudante diz que é evidente a constante participação de mulheres em todos os momentos históricos, mesmo que de maneira não aparente e limitada.
Texto: Evelyn da Costa Souza (Estagiária do CPTL) e Gabriele Cássia (Monitora Integra UFMS).