Relação dos acadêmicos com o município de Três Lagoas será tema este ano

Postado por: Gabriele Silva

A acadêmica Larissa Campos, mestranda de Geografia em Três Lagoas, irá expor os resultados de sua pesquisa monográfica vinculada ao programa PET, iniciada em 2018 e orientada pela professora Patrícia Helena Milani no Integra que ocorrerá junto com a 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), em Campo Grande. O evento visa o avanço da ciência nacional e propõe o debate entre diversos pesquisadores do Brasil e de outros países em prol do desenvolvimento e da difusão dos conhecimentos científicos obtidos. 

Larissa Campos, mestranda do curso de Geografia do campus de Três Lagoas.

O estudo em questão, apresenta o fluxo de estudantes da UFMS e a configuração da rede urbana de Três Lagoas, ou seja, a ligação entre o município e as demais localidades brasileiras conectadas pelos papeis exercidos e os serviços prestados. Assim como a cidade é reconhecida pela produção de papel e celulose, sua contribuição educacional atrai jovens de todo o país para a universidade e a relação entre os acadêmicos e o município foi objeto da pesquisa.

Larissa relata, que a instituição atrai em grande parte estudantes paulistas que ou residem no município ou preferem se locomover diariamente de suas cidades para estudarem. A motivação da acadêmica foi a condição dos estudantes se deslocarem, entre municípios distintos por não residirem em Três Lagoas e utilizarem transportes público ou veículos fretados para chegar a universidade. A própria pesquisadora, durante seus anos de graduação, se enquadrava na mesma condição. Ela explica que buscou traçar o perfil desses estudantes e as relações desenvolvidas com o campus e os demais estudantes. 

Foram aplicados questionários para três cursos integrais (Engenharia de Produção, Enfermagem e Ciências Biológicas) e três noturnos (Direito, Geografia e Matemática), além de seis entrevistados, englobando bolsistas e não bolsistas, para compreender as variáveis ao redor do fator que influenciavam o local de residência. 

Pôde-se concluir que os acadêmicos que se fixavam, moravam próximos da universidade, com laços institucionais, mas sem o desejo de permanecer após a graduação. Larissa observou que a falta de planejamento e serviços básicos, como asfalto, o custo de vida e a precariedade do transporte público, além da distância entre o campus e centro da cidade, fazem com que mesmo aqueles fixos desejem ir embora assim que completarem os estudos. 

Por outro lado, os estudantes em locomoção pendular estão empregados em suas cidades e devido a escassez de bolsas, necessitam de uma fonte de renda para se manterem estudando. Estes acadêmicos criam laços de amizade, seja em sala de aula ou no transporte, formando uma organização própria com liderança e senso de colaboração.

“Eu busco contribuir para as cidades não metropolitanas, auxiliando as nossas pesquisas de geografia urbana, pois ainda parte significativa das pesquisas sobre cidades, tratam das metrópoles” somente os grandes centros são analisados”, afirma Larissa. O estudo está em desenvolvimento, para possibilitar a maior compreensão da relação Acadêmico – Instituição – Cidade e entender a contribuição dos programas de pesquisa, ensino e extensão para a permanência dos estudantes na Universidade.

Texto: Gabriele Cássia (Monitora Integra UFMS) e Evelyn da Costa Souza (Estagiária do CPTL).